1. Identifica os recursos estilísticos do texto e explica a sua expressividade.
a) Metáforas: quando se caracterizam as noites de chuva estas são comparadas a noites de fantasia, de encanto, de realização de desejos, de amor sem fim. Essas metáforas põem em destaque todas a magia que envolve as noites de uma família pobre que tinha tudo à partida para viver aquelas noites no sofrimento.
b) Aliterações: a repetição dos sons consonânticos 'n' - "Nenhum monstro marinho, nenhum rodamoinho, nenhum dragão. Nem Netuno. Nada assustava os irmãos." - 'm' - monstro marinho - e 'nh' - "Nenhum monstro marinho, nenhum rodamoinho, nenhum dragão. Nem Netuno. Nada assustava os irmãos." - permite pôr em destaque a coragem dos irmãos numa brincadeira de "faz de conta" cheia de fantasia e à qual se quer dar vida e energia, aproximando-a da realidade. A intensidade com que os irmãos brincam é tal que o "faz de conta" se torna realidade para eles. Vincar a coragem através das aliterações reforça isso mesmo.
c) Gradação: usada no penúltimo parágrafo - "Nenhum monstro marinho, nenhum rodamoinho, nenhum dragão. Nem Netuno. Nada assustava os irmãos." - permite destacar os falsos perigos que os irmãos enfrentam durante a brincadeira conferindo-lhes um carácter mais verídico, mais real. Os irmãos são de facto corajosos como já tinha sido reforçado pelas diferentes aliterações.
d) O uso do diminutivo: neste texto o diminutivo permite transmitir de forma expressiva duas ideias. Por um lado, permite mostrar a afeição existente entre os três membros da família (filhinha, Zezinho, Rosinha). Por outro lado, permite reduzir a importância (e o tamanho) dos buracos do telhado (buraquinhos).
e) A expressão anafórica: 'noites de chuva' dá o título ao texto e surge repetida três vezes ao longo da história. pode ser uma forma de colocar o tema central (ou o protagonista) da história no centro da atenção do leitor.
f) As frases curtas: no texto predominam as frases curtas (tanto no diálogo como nos momentos de narração) o que se pode interpretar de várias formas: as personagens do texto pertencem a um grupo social baixo, são pobres e não tiveram acesso à educação; as personagens são pequenas e geralmente os miúdos não têm uma expressão muito elaborada, usam frases simples, coordenadas, com um vocabulário pouco rico; reina nesta história o medo (de Rosinha por estar chovendo dentro de casa) e isso pode explicar que se reduzam as dimensões das frases, o medo pode bloquear/reduzir a fala.
g) As marcas de oralidade: estas marcas confirmam/reiteram o que se disse sobre predominância das frases curtas. No texto podemos ver as seguintes marcas de oralidade nas abreviaturas das formas verbais: tô em vez de estou, tá em vez de está, viu em vez de ouviu.
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